sábado, 17 de outubro de 2009

Passado Encoberto

Tudo me é, como se não fosse...

Quando paro para pensar no que se passou, tenho a sensação de que não lembro, mas vejo. Vejo o que a minha memória edita e altera.

Quando reviramos nossas caixas pretas, relembramos e redescobrimos coisas que não estavam mais nas lembranças, e quando pensamos no passado, às vezes é como se ele não tivesse existido. Como se não fosse nosso. Então o que existiu, será que existiu de fato? O que vivemos é real? Ou inventamos para satisfazer o singular momento presente? Singular sim. Porque para o agora, tudo é único, urgente, essencial... E a calma para saber que daqui a um tempo não será mais nada não nos é acessível. Mas quando o fervilhar das emoções se finda, e só o que resta é o vapor, não somos mais nós que julgamos o acontecido. É o eu modificado que agora se encontra aqui, e que não será o mesmo de daqui a dois segundos...

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