segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Mora saepe est remedium belli, O Romani!"

O caminho prevê o destino... Ultimamente tenho percebido o quanto o fascínio das relações baseia-se na profunda vontade de desvendar o outro. Conhecer alguém não se conclui em saber o seu nome, como muitas vezes pensamos. Conhecer, no sentido mais lindo da palavra é desmistificar um ser pedaço por pedaço. E por mais fascinante que seja tal jornada, ela nunca tem um fim, porque quando pensamos conhecer plenamente uma pessoa colocamos um ponto final no mais belo relacionamento. É a complexidade que nos excita, o mistério que incita, e a previsibilidade que derrota...

Então, de fato, conhecer totalmente alguém é impossível. E também, no fundo não importa... Mas tal processo, que constantemente traz a novidade é extremamente surpreendente. O novo encanta e hipnotiza. E aquele que consegue manter sempre um resquício de novidade se eterniza em nós. As primeiras impressões não podem ser revividas, mas podem ser reinventadas e o mistério, em sua medida é para sempre atrante. O facilmente desvendável não nos interessa. Morre.

Mas por que a auto-afirmação é assim freqüente, sendo o silêncio tão mais atraente? O que tentamos esconder ou negar, quando afirmamos o que somos? Se o que tentamos negar fosse melhor trabalhado por nós e chegasse a um ponto de equilíbrio entre o que se é e o que se quer ser, tais características talvez fossem muito mais admiráveis do que as que, em vão, tentamos convencer serem nossas por natureza... Por que pensamos que a máscara que vestimos é tão mais bela do que a essência pura que nos é? Talvez algum dia, alguém por não compreender, ao nos ridicularizar tenha adquirido o enorme poder de fazer com que tenhamos a vontade de nos esconder... Quando então será o momento de exterminar os muitos poderes que fizeram-nos ter vontade de fugir?

Um comentário:

  1. My beloved Tamy...
    Que palavras tão bem colocadas!

    "O facilmente desvendável não nos interessa. Morre."

    Sim, é o mistério que nos incita. É o que mexe com nossas entranhas e embrulha nossos estômagos que faz com que sejamos seres pensantes e agentes da mudança. Pensar para agir é nosso objetivo mais belo.

    Que bom te ler, como será bom te ver, assim que o destino quiser.

    TE AMO sempre, minha amiga.

    Um beijo gigante do Icaro

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